Você tem uma estratégia de investimento? Entenda por que isso é importante

Além de foco e disciplina nas finanças, quem deseja cuidar do patrimônio e vê-lo crescer precisa ter uma estratégia de investimento bem definida.

Seja qual for o seu contexto – se você é um investidor iniciante ou mais experiente, se tem mais ou menos recursos disponíveis para investir, entre outros aspectos – traçar um planejamento é fundamental para alcançar as suas metas financeiras. Afinal, investir não é só economizar dinheiro.

Neste conteúdo, mostraremos a importância de uma estratégia de investimento, o passo a passo para executá-la e algumas das principais estratégias adotadas por investidores, de acordo com cada perfil. Portanto, se você está começando a investir, ou se busca diversificação para a sua carteira, continue a leitura a seguir!

O que é uma estratégia de investimento?

Uma estratégia de investimento nada mais é do que um plano bem elaborado no qual se define de que forma o dinheiro será distribuído entre diferentes tipos de investimentos.

Embora o conceito seja simples, o planejamento em si demanda certo trabalho, pois depende da análise de diversas variáveis, como tolerância ao risco, prazos, renda disponível, e assim por diante. Por isso, é importante entender esses pontos, para saber como e quando executá-los, como veremos mais adiante.

Por que é importante ter uma estratégia de investimento?

Toda estratégia serve para orientar as nossas ações em relação a algum aspecto da vida, e, com os investimentos, não é diferente.

Imagine que você decida diversificar os seus investimentos, sem antes conhecer a sua tolerância ao risco, ou sem pensar quando vai precisar do dinheiro lá na frente. Se você simplesmente sair aleatoriamente alocando os seus recursos em diferentes ativos, pode expor o seu patrimônio a perdas desnecessárias. Por outro lado, se adotar uma estratégia bem pensada e em linha com os seus objetivos e capacidade financeira, as chances de rentabilizar o seu dinheiro ao longo do tempo serão bem maiores.

Outro ponto importante é que, quando existe um planejamento em relação aos investimentos, fica mais fácil acompanhar o desempenho da carteira. Isso porque conseguimos enxergar melhor quais ativos estão gerando o retorno desejado, e quais poderiam ser substituídos, dependendo do caso.

Como montar uma estratégia de investimento?

Não existe uma fórmula única de montar uma estratégia de investimento, pois as pessoas têm objetivos, perfis e condições financeiras diferentes. Mas dá para para organizar um passo a passo para facilitar esse processo, conforme veremos agora.

1 – Formar a reserva de emergência

Aqui no blog, já falamos sobre isto algumas vezes, mas nunca é demais relembrar: a reserva de emergência é a primeira coisa na qual se deve pensar quando se começa a investir. Por isso, ela é o primeiro passo de qualquer estratégia de investimento.

A reserva de emergência é aquele dinheiro que precisamos guardar e torcer para não usar. Mas que faz toda a diferença quando surgem imprevistos financeiros, desde os mais simples – como o conserto do carro ou algum outro gasto extra – aos mais complexos – como a perda do emprego, por exemplo.

O valor dessa reserva dependerá do custo de vida e da previsibilidade de rendimentos de cada um. Por exemplo, um profissional autônomo, teoricamente, precisa estar mais preparado para a perda da renda do que quem tem carteira assinada. Independentemente do contexto, o importante é que esse dinheiro esteja investido em modalidades seguras e de liquidez diária, como o Tesouro Selic e alguns CDBs e fundos DI.

Veja também:  Tesouro Prefixado

2 – Definir o perfil de investidor

Com a reserva de emergência formada, o próximo passo é definir o perfil de investidor, para que se possa fazer uma diversificação adequada da carteira.

Com base na tolerância ao risco, as instituições financeiras costumam utilizar três classificações para o perfil de investidor: conservador, moderado e arrojado. Mas é importante fazer a revisão do perfil de tempos em tempos, pois ele pode mudar com o passar dos anos.

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3 – Distribuir os objetivos financeiros ao longo do tempo

Para um plano de investimento assertivo, é preciso pensar no que se deseja fazer com o dinheiro no curto, médio e longo prazo.

Para fins de investimento, podemos considerar curto prazo o período de até dois anos. Nesse caso, você pode encontrar CDBs e alguns fundos de investimento com carência que cumpra esse prazo e que sejam mais rentáveis do que as aplicações de liquidez imediata.

De dois a cinco anos aproximadamente, podemos pensar como médio prazo. Aqui, a preocupação com liquidez é menor, por isso já se pode incluir na carteira a renda fixa de prazo mais longo. Alguns exemplos são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) e, dependendo do perfil de risco, até mesmo debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs, CRAs).

Na renda variável, algumas alternativas que podem ser boas para o médio prazo são os fundos de ações, fundos multimercado, ETFs e fundos cambiais para quem busca diversificação internacional.

Acima de cinco anos, estamos falando de longo prazo. Esse período pode contemplar diversos tipos de planejamento financeiro, como aquisição da casa própria, custear os estudos dos filhos, ou mesmo formar reservas para a aposentadoria.

Um aspecto importante sobre o longo prazo é pensar na proteção contra a inflação, com investimentos atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+, por exemplo.

E, na renda variável de longo prazo, entram ações, fundos imobiliários (FIIs), BDRs, entre outros.

4 – Escolher estratégias para diversificar a carteira

Por fim, é chegada a hora de conhecer algumas estratégias de investimento, considerando os aspectos que vimos anteriormente – tolerância ao risco e objetivos ao longo do tempo.

Basicamente, essas estratégias se referem aos ativos que você vai escolher para a carteira e a sua gestão. Como existem muitas formas de se fazer isso, não esgotaremos todas as estratégias de investimento possíveis neste conteúdo, mas mostraremos algumas das mais utilizadas no mercado. Acompanhe a seguir.

Foco em renda passiva

Existem investimentos que, de tempos em tempos, geram uma entrada extra de caixa.

Na renda fixa, os mais conhecidos são o Tesouro IPCA+ e o Prefixado com juros semestrais, e os títulos do programa voltados ao complemento da renda mensal no futuro – Tesouro RendA+ e Educa+.

Já na renda variável, as ações que pagam dividendos e os fundos imobiliários costumam ser o investimento mais lembrado quando o objetivo é renda passiva. Mas atualmente, há também ETFs que pagam dividendos, e uma das vantagens desse investimento é a diversificação que ele proporciona de forma acessível.

Veja também:  CRI e CRA

E para quem deseja mais praticidade ainda, existem investimentos recomendados por especialistas. Todos os meses, nossa equipe de analista seleciona as cinco ações com maior potencial de pagamento de dividendos do mercado.

Value investing

A estratégia de value investing (ou “investimento em valor”) busca identificar ativos de bons fundamentos mas que estejam abaixo do seu valor de mercado.

No caso das ações, por exemplo, há momentos em que os preços não refletem a qualidade dos títulos, seja por um movimento normal de mercado, ou mesmo por uma onda de pessimismo sem explicação. E é justamente nessas horas que se pode aproveitar boas oportunidades de compras. Ou seja, podemos encontrar ações que tenham caído de preço mesmo que os seus fundamentos continuem sólidos, e o value investing busca exatamente identificar esses ativos.

Buy and hold

Essa é uma das estratégias mais utilizadas por quem investe com foco no longo prazo.

Buy and hold significa, literalmente, “comprar e segurar”. Em outras palavras, quem investe segundo esse critério, tem a intenção de permanecer sócio da empresa por um longo período, aproveitando o máximo possível a valorização das ações.

Day trade e swing trade

Ao contrário do buy and hold, as estratégias de day trade e swing trade não priorizam os fundamentos do ativo em si, mas sim o potencial de ganhos no curtíssimo e curto prazo com a variação dos preços.

Para ser classificada como day trade, a operação deve começar e terminar no mesmo dia. Ou seja, se você comprou ações hoje, deve vendê-las hoje antes do fechamento do pregão.

Já no caso do swing trade, o intervalo de tempo entre as negociações é maior, podendo chegar a alguns dias ou semanas. Mas o objetivo é o mesmo do day trade: auferir lucro com a diferença entre os preços de venda e de compra.

Operar vendido

Operar vendido – ou short, na linguagem do mercado – é uma estratégia mais sofisticada, que demanda experiência e um bom grau de conhecimento por parte do investidor.

Quem opera vendido está apostando na queda de determinado ativo. O exemplo clássico dessa estratégia é o aluguel de ações e fundos imobiliários. Nesse tipo de operação, existem as figuras do doador (quem possui o título) e do tomador (quem aluga a ação ou cotas de FIIs). O tomador, que aposta na desvalorização do ativo, aluga o título para vendê-lo em seguida e comprá-lo tempos depois por um valor mais baixo, se tudo correr de acordo com as suas expectativas.

Conclusão

Concluindo, a criação de uma estratégia de investimento bem definida é essencial para alcançar os objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Independentemente do perfil do investidor, é importante considerar aspectos como reserva de emergência, tolerância ao risco, e diversificação da carteira. Ao seguir um plano estruturado e consciente, é possível não apenas proteger o patrimônio, mas também potencializar o seu crescimento ao longo do tempo. Assim, seja investindo com foco em renda passiva, value investing, buy and hold, ou outras estratégias, o importante é ter clareza nas metas e agir de acordo com os princípios de cada perfil de investimento.

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Dhiego Carvalho
Dhiego Carvalhohttp://investidordozero.com
Meu nome é Dhiego Carvalho, sou um professor de matemática e física formado pela Universidade de São Paulo (USP) – Campus São Carlos. Nasci e cresci em uma cidade pequena chamada Rio das Pedras, no interior de São Paulo. De origem simples, com mãe diarista e divorciada, sou o mais novo de cinco irmãos. Pude perceber na prática como uma má gestão das finanças pode gerar problemas familiares difíceis de se resolver. Com 18 anos, saí de casa e fui morar em São Carlos–SP para cursar Física. Desde então, minha paixão por números e análise me levou a explorar o mundo dos investimentos, e agora estou aqui para compartilhar meu conhecimento e experiência com você.

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